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FORMULAÇÃO FINAL PARA O CÁLCULO DA PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA – PARTE 4
Nesta aula chegamos, finalmente, à formulação matemática da perda de carga distribuída, consolidando os conceitos discutidos nas aulas anteriores. O objetivo agora é entender como utilizar essa equação para fins práticos, especialmente no dimensionamento de sistemas hidráulicos.
Retomando, nas aulas anteriores vimos duas formas de calcular a perda de carga distribuída:
A partir da diferença entre as cargas totais (H₁ - H₂).
Com base na tensão de cisalhamento (τ) aplicada ao fluido.
Contudo, ambas as formas têm limitações. A primeira só pode ser usada com dados reais de pressão e vazão já instalados. A segunda, com τ, é impraticável, pois esse valor é difícil de ser obtido matematicamente.
Diante disso, entra em cena a análise dimensional, uma ferramenta poderosa para prever equações físicas quando a análise direta é inviável. Por meio dela, desenvolve-se uma relação entre as variáveis que influenciam a perda de carga.
O fenômeno da perda de carga distribuída depende de sete variáveis:
hf (perda de carga)
ρ (massa específica)
v (velocidade média)
Dₕ (diâmetro hidráulico)
μ (viscosidade)
L (comprimento da tubulação)
ε (rugosidade)
Como temos três grandezas fundamentais (massa, comprimento e tempo), a aplicação do Teorema de Π nos fornece quatro números adimensionais. Dentre eles, destacam-se:
π₁ = hf / (v²/2g)
π₂ = Re = ρ·v·Dₕ / μ (número de Reynolds)
π₃ = L / Dₕ
π₄ = Dₕ / ε
Reorganizando, a equação da perda de carga torna-se:
hf / (v² / 2g) = f(Re, L/Dₕ, Dₕ/ε)
Por meio de estudos experimentais, chegou-se a uma forma mais prática:
hf = f · (L / Dₕ) · (v² / 2g)
Nesta expressão, f é o coeficiente de perda de carga distribuída, obtido a partir de gráficos ou tabelas (como o diagrama de Moody-Rouse), em função de Re e da rugosidade relativa (ε/Dₕ).
Considerações importantes:
A perda de carga cresce com o quadrado da velocidade. Ou seja, se a velocidade dobra, a perda de carga quadruplica.
Isso é essencial para o dimensionamento de tubulações. Um diâmetro menor gera maior velocidade e, consequentemente, maior perda de carga.
Para manter a eficiência e reduzir perdas, deve-se escolher diâmetros adequados, balanceando custo e desempenho.
A equação final que utilizaremos para o cálculo prático é:
hf = f · (L / Dₕ) · (v² / 2g)
Este é o ponto de partida para os próximos passos: uso do diagrama de Moody-Rouse, determinação de fatores de atrito e aplicação em exercícios práticos de engenharia.
Conheça o Professor


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Engenheiro Mecânico pela UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá
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Mestre em Tecnologia Nuclear pelo IPEN- USP (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo)
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Especialialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Uniderp, e também cursou
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MBA em Executivo em Marketing pela FGV - Fundação Getúlio Vargas.
Mais de 20 anos de carreira, sendo 16 anos envolvido na área de bombas e equipamentos industriais atuando com engenheiros de vendas e aplicação e também instrutor técnico, ministrando treinamentos diversos.
Como professor já passou de 25 anos de experiência, incluindo a atuação como professor universitário por 5 anos em uma faculdade de Engenharia Mecânica na cidade de São Paulo.
Criou o canal Engenhria e Cia em 2016 e desde então vem compartilhando conteúdo técnico na área de engenharia, tanto do ponto de vista conceitual, com prático, hoje com quase 50.000 inscritos
2018 foi lançado o primeiro curso online, dando inicio a trajetória da Engenharia e Cia: Cursos e Treinamentos com seus cursos e treinamentos online e já atingiu a marca de 1200 alunos em seus cursos e treinamentos online.
Em 2022 teve início o atendimento corporativo pela Engenharia e Cia, tendo realizado dezenas de treinamentos com centenas de profissionais treinados.
Hoje, possui parceria com empresas do ramo de bombas e selos mecânico, como a OMEL, a Vallair e a Embraseal para ministrar treinamentos para seus funcionários e clientes.